POLÍTICA... E
POLÍTICOS...
Calfilho
Já afirmei aqui
e em outros espaços que a internet me oferece que não acredito mais em
política... e, por consequência, em políticos...
Foram muitas as desilusões, as decepções...
A vida nos ensina, quem não aprende é quem não quer
aprender... ou, talvez não se interesse em saber o que é política e o que são
os políticos...
Como cidadão nunca deixei de votar ou anulei meu
voto... sempre acreditei que meu voto, mesmo que pouco representasse, era a
minha contribuição em busca de um Brasil melhor... era minha oportunidade de
mostrar o que eu pretendia para o futuro do país onde nasci e vivo.
Já trabalhei em diversas eleições como mesário,
Promotor de Justiça e juiz eleitoral... e, sempre, em cada uma delas, tive a
ilusão de que teríamos um Brasil melhor, mais justo, mais igual... apesar de
achar intimamente que o sistema eleitoral brasileiro era bastante deficiente e
imperfeito.
Entretanto, já de muito tempo desencantei-me e
desiludi-me com a política e os políticos... infelizmente, verifiquei que, não
só aqui no Brasil, país de terceiro mundo, mas também em quase todos os outros
países do nosso planeta, o jogo político é praticamente o mesmo: para ser
eleito, o candidato tem que entrar em vários esquemas partidários, e, depois de
empossado, fica escravo desses “conchavos” e “arranjos” para conseguir
eleger-se em eleições futuras... Aí, surge o famoso “toma lá, dá cá”... Já
sabíamos disso há muito tempo, por isso alguns de nossos políticos jamais
deixam seus cargos, neles entram ainda jovens, deles só saem quando morrem, e
deixam seus filhos, netos, mulheres e afins como seus sucessores.
Chega a ser risível a alegação de que defendem eles
as bandeiras dos partidos que os elegeram, pois muitos deles trocam de legendas
como trocam de camisas.
Ultimamente, entretanto, esses “conchavos”, esses
“arranjos” tornaram-se públicos, graças à operação denominada “LAVA JATO”, como
antes já apareceram claramente diante de nossos olhos com o escândalo do “MENSALÃO”.
Essas artimanhas dos subterrâneos da política, como
a cobrança de propina para aprovar projetos e leis, com a quase destruição de
uma empresa estatal do porte da Petrobrás, e os filhotes dessas operações que a
Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça nos mostram a cada dia,
vieram deixar claro como funciona a engrenagem do jogo político em nosso país.
Vi nesses últimos dias, já não tão estarrecido, mas
ainda com um mínimo de esperança por dias melhores, o Brasil mais uma vez ser
desmoralizado, para não dizer humilhado, perante uma organização internacional,
por uma pessoa que se diz brasileiro autêntico, defensor de nossas crenças e
ideais... O “filho do Brasil”, o torneiro mecânico perseguido e vítima dos
poderosos LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA que, infelizmente, teve a honra de ser
guindado à presidência do nosso país, eleito com o meu voto (do que me
arrependo, profundamente), e de outros milhares de iludidos, sentando-se em
cima do populismo do qual sempre soube aproveitar-se, chegando a conseguir eleger uma mulher despreparada,
inábil e arrogante e que soube flutuar numa teia de mentiras para enganar o
povo brasileiro durante quase oito anos, recorre, agora, ao Tribunal
Internacional da ONU, para investir contra a operação LAVA JATO, contra o juiz
que a comanda, contra o Ministério Público Federal (e, também a Polícia
Federal), dizendo-se perseguido, atacado em sua honra e dignidade, só porque
“contra ele pesam mínimas acusações de obstruir a justiça e de ser o proprietário de um
apartamento triplex de luxo numa praia paulista e de um sítio no interior do
mesmo Estado, adquiridos em troca de favores prestados à empreiteiras de
construção, favorecidas com a corrupção da Petrobrás”.
Dá nojo, revolta, desânimo, desalento em ver tal
atitude partindo de um ex-presidente do país. Nosso Brasil, lá fora visto como
exótico, com macacos, onças e cobras passeando pelas ruas de nossas grandes
cidades; conhecido apenas pelo futebol que praticava (nem isso mais, pobres de
nós) ou pelas mulatas rebolativas de nossas escolas de samba; cuja capital até
alguns anos atrás era Buenos Ayres, não precisava de mais esse “elogio”
partindo de alguém que foi um dia nosso presidente. Como se aqui não existissem
leis, não existisse o Judiciário e as instituições democráticas funcionando em
sua plenitude. Não nos esquecendo também que a maioria dos ministros da mais
alta corte do país foram escolhidos e nomeados por ele e por sua sucessora.
Talvez acreditasse ele que, sendo os ministros do Supremo Tribunal Federal
pessoas escolhidas por eles, estivessem acima da lei e que o Judiciário se
curvasse e fechasse os olhos para tudo de errado que foi praticado neste país
pela administração do seu partido. Apesar de nunca ter concordado com o
critério de escolha dos ministros de nossos tribunais superiores, acredito que
nosso Judiciário ainda está imune em relação à pressões externas... ou
políticas...
Já vimos esse filme várias vezes, em épocas
diferentes e com outros personagens. Pessoas que se acham acima da lei, que
acham que nunca vão ser punidas, e que acabam caindo e desmoronando como
qualquer pequeno ditador de republiquetas populistas...
Essa atitude do ex-presidente representa apenas o
desespero daquele que, tendo sido apontado como o organizador de um esquema de
conchavos para manter o seu partido eternamente no poder, vê seu castelo de
areia desmoronar irremediavelmente diante da pressão e da revolta popular...
Não acredita mais ele na Justiça e instituições do seu país, do qual foi o
presidente eleito... Somente a ONU, bem distante da nossa realidade, é que,
para ele, tem o poder de consertar as coisas para que seu partido retorne à
crista da onda...
Quanta ilusão, quanta demagogia...
Quanto tempo perdido...
Por isso, o Brasil continuará sendo eternamente "o país do futuro"...
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