segunda-feira, agosto 01, 2016

POLÍTICA... E POLÍTICOS...




POLÍTICA... E POLÍTICOS...

Calfilho


Já afirmei aqui e em outros espaços que a internet me oferece que não acredito mais em política... e, por consequência, em políticos...
Foram muitas as desilusões, as decepções...
A vida nos ensina, quem não aprende é quem não quer aprender... ou, talvez não se interesse em saber o que é política e o que são os políticos...
Como cidadão nunca deixei de votar ou anulei meu voto... sempre acreditei que meu voto, mesmo que pouco representasse, era a minha contribuição em busca de um Brasil melhor... era minha oportunidade de mostrar o que eu pretendia para o futuro do país onde nasci e vivo.
Já trabalhei em diversas eleições como mesário, Promotor de Justiça e juiz eleitoral... e, sempre, em cada uma delas, tive a ilusão de que teríamos um Brasil melhor, mais justo, mais igual... apesar de achar intimamente que o sistema eleitoral brasileiro era bastante deficiente e imperfeito.
Entretanto, já de muito tempo desencantei-me e desiludi-me com a política e os políticos... infelizmente, verifiquei que, não só aqui no Brasil, país de terceiro mundo, mas também em quase todos os outros países do nosso planeta, o jogo político é praticamente o mesmo: para ser eleito, o candidato tem que entrar em vários esquemas partidários, e, depois de empossado, fica escravo desses “conchavos” e “arranjos” para conseguir eleger-se em eleições futuras... Aí, surge o famoso “toma lá, dá cá”... Já sabíamos disso há muito tempo, por isso alguns de nossos políticos jamais deixam seus cargos, neles entram ainda jovens, deles só saem quando morrem, e deixam seus filhos, netos, mulheres e afins como seus sucessores.
Chega a ser risível a alegação de que defendem eles as bandeiras dos partidos que os elegeram, pois muitos deles trocam de legendas como trocam de camisas.
Ultimamente, entretanto, esses “conchavos”, esses “arranjos” tornaram-se públicos, graças à operação denominada “LAVA JATO”, como antes já apareceram claramente diante de nossos olhos com o escândalo do “MENSALÃO”.
Essas artimanhas dos subterrâneos da política, como a cobrança de propina para aprovar projetos e leis, com a quase destruição de uma empresa estatal do porte da Petrobrás, e os filhotes dessas operações que a Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça nos mostram a cada dia, vieram deixar claro como funciona a engrenagem do jogo político em nosso país.
Vi nesses últimos dias, já não tão estarrecido, mas ainda com um mínimo de esperança por dias melhores, o Brasil mais uma vez ser desmoralizado, para não dizer humilhado, perante uma organização internacional, por uma pessoa que se diz brasileiro autêntico, defensor de nossas crenças e ideais... O “filho do Brasil”, o torneiro mecânico perseguido e vítima dos poderosos LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA que, infelizmente, teve a honra de ser guindado à presidência do nosso país, eleito com o meu voto (do que me arrependo, profundamente), e de outros milhares de iludidos, sentando-se em cima do populismo do qual sempre soube aproveitar-se, chegando a  conseguir eleger uma mulher despreparada, inábil e arrogante e que soube flutuar numa teia de mentiras para enganar o povo brasileiro durante quase oito anos, recorre, agora, ao Tribunal Internacional da ONU, para investir contra a operação LAVA JATO, contra o juiz que a comanda, contra o Ministério Público Federal (e, também a Polícia Federal), dizendo-se perseguido, atacado em sua honra e dignidade, só porque “contra ele pesam mínimas acusações de obstruir a justiça e de ser o proprietário de um apartamento triplex de luxo numa praia paulista e de um sítio no interior do mesmo Estado, adquiridos em troca de favores prestados à empreiteiras de construção, favorecidas com a corrupção da Petrobrás”.
Dá nojo, revolta, desânimo, desalento em ver tal atitude partindo de um ex-presidente do país. Nosso Brasil, lá fora visto como exótico, com macacos, onças e cobras passeando pelas ruas de nossas grandes cidades; conhecido apenas pelo futebol que praticava (nem isso mais, pobres de nós) ou pelas mulatas rebolativas de nossas escolas de samba; cuja capital até alguns anos atrás era Buenos Ayres, não precisava de mais esse “elogio” partindo de alguém que foi um dia nosso presidente. Como se aqui não existissem leis, não existisse o Judiciário e as instituições democráticas funcionando em sua plenitude. Não nos esquecendo também que a maioria dos ministros da mais alta corte do país foram escolhidos e nomeados por ele e por sua sucessora. Talvez acreditasse ele que, sendo os ministros do Supremo Tribunal Federal pessoas escolhidas por eles, estivessem acima da lei e que o Judiciário se curvasse e fechasse os olhos para tudo de errado que foi praticado neste país pela administração do seu partido. Apesar de nunca ter concordado com o critério de escolha dos ministros de nossos tribunais superiores, acredito que nosso Judiciário ainda está imune em relação à pressões externas... ou políticas...
Já vimos esse filme várias vezes, em épocas diferentes e com outros personagens. Pessoas que se acham acima da lei, que acham que nunca vão ser punidas, e que acabam caindo e desmoronando como qualquer pequeno ditador de republiquetas populistas...
Essa atitude do ex-presidente representa apenas o desespero daquele que, tendo sido apontado como o organizador de um esquema de conchavos para manter o seu partido eternamente no poder, vê seu castelo de areia desmoronar irremediavelmente diante da pressão e da revolta popular... Não acredita mais ele na Justiça e instituições do seu país, do qual foi o presidente eleito... Somente a ONU, bem distante da nossa realidade, é que, para ele, tem o poder de consertar as coisas para que seu partido retorne à crista da onda...
Quanta ilusão, quanta demagogia...
Quanto tempo perdido...
Por isso, o Brasil continuará sendo eternamente "o país do futuro"...



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