A TELEVISÃO NO BRASIL...
Calfilho
A televisão foi inaugurada no Brasil em setembro de 1950. Mas, se não assisti o primeiro programa transmitido pela TV-Tupi de São Paulo, fui espectador dos que foram ao ar nos anos seguintes, aqui na antiga capital do país.
No Rio de Janeiro, a transmissão inaugural foi em janeiro de 1951, quando eu já morava em Niterói. Também não assisti essa programação de estreia. Ser dono de um aparelho de televisão, na época, era coisa de rico, de gente que tinha muito dinheiro. Os poucos aparelhos existentes no Brasil eram importados, vinham dos Estados Unidos. As principais marcas eram a Zenith e a Invictus. Anos mais tarde surgiram os televisores de marca Telefunken e Philco.
Mesmo assim, a população de Niterói do início dos anos 50 do século passado conseguia ver um ou outro programa exibido em algum aparelho das Casas Neno (esquina da rua da Conceição com Visconde do Uruguai) ou na residência de algum amigo que teve a felicidade e condições de adquirir um deles.
Lembro-me perfeitamente que a TV-Tupi do Rio de Janeiro, de propriedade do grupo comandado por Assis Chateaubriand, exibia uma programação que começava por volta do meio dia dos sábados e domingos. Havia o Circo do Carequinha, o Clube do Guri (onde começava a cantar uma das minhas primeiras paixões infantis, a Marisa, que depois virou Gata Mansa) e uma programação transmitida toda ao vivo, pois nem se sonhava ainda com video tape ou gravação de programas.
Vivíamos os anos finais do apogeu da era do rádio. As grandes transmissões da época até o advento da televisão eram radiofônicas: programas de auditório (César de Alencar, Paulo Gracindo, César Ladeira, Renato Murce), novelas ("O Direito de Nascer" era a coqueluche das ouvintes), séries ("O Anjo", uma das minhas favoritas) e futebol (transmitia os jogos do campeonato carioca, com grandes locutores como Oduvaldo Cozzi e Ary Barroso). Quando surgiu a grande novidade que foi a televisão (ainda engatinhando, em um tímido preto e branco), muitos dos programas que eram transmitidos pelo rádio tentaram passar para o novo veículo de comunicação. Somente alguns poucos conseguiram.
Dos programas de auditório só me recordo do "Balança mas não cai". A novela "O Direito de Nascer" também emplacou uma versão na televisão. E o futebol, o esporte nacional, também obteve sucesso no novo veículo. Mas, era engraçado ver como aqueles que estavam acostumados apenas a ter sua voz transmitida pelo microfone de uma emissora de rádio tiveram que aprender a interpretar novelas ou transmitir partidas de futebol quando a imagem mostrava a realidade da cena.
No futebol, então, poucos locutores sobreviveram. Acostumados a florear e colocar emoção em suas narrações no rádio, quando a realidade da imagem televisa mostrava coisa bem diferente ou um lance sem maior importância, quase caíam no ridículo. Mas, quando as partidas eram disputadas fora do Estado ou do país, ainda o rádio imperava e os locutores esportivos podiam dar asas à sua imaginação e povoar a dos seus ouvintes. Pelo rádio ouvimos o Brasil ser campeão do mundo em 1958, 1962 e ainda escutar a Copa do Mundo de 1966. Já a de 1970 foi transmitida pela televisão, ainda em preto e branco no Brasil.
A TV-Tupi continuava a única a dominar o novo mercado, surgindo, então, a TV-Record em São Paulo, inaugurada em 1953. Dois anos depois surge a TV-Rio, aqui na capital do Brasil. Tinha um programa muito bom de boxe, aos domingos à noite, chamado TV Rio Ring, onde surgiu o nosso campeão mundial Éder Jofre.
Só em 1957 foi efetuada uma transmissão ao vivo entre São Paulo e Rio. As antenas, até então, não tinham capacidade para transmissões diretas entre distâncias mais longas.
Em 1959 surge a a TV-Continental, no Rio, especializada em esportes, tendo Carlos Marcondes como o principal diretor. Em 1960, a TV-Excelsior, em São Paulo e sua filial no Rio, em 1963. A Continental, que introduziu o video tape no Brasil, foi cassada em 1972 e a Excelsior, em 1970 (estas informações foram colhidas na Wikipédia). No Recife, em 1960, é inaugurada a TV-Jornal do Comércio.
Em 1965 é fundada a TV-Globo do Rio, do conglomerado Irineu Marinho, que já publicava o jornal "O Globo". Em 1967 surge a TV-Bandeirantes, em São Paulo e em 1968, a TV-Educativa.
Em 1968 são inauguradas as torres da Embratel e o Brasil entra na era da transmissão via satélite, ligando todos os Estados do país e o exterior. Em 1972 é feita a primeira edição a cores com a transmissão da Festa da Uva, no Rio Grande do Sul.
Em julho de 1980 sai do ar a TV-Tupi, a pioneira da televisão no Brasil.
Daí em diante, a TV-Globo praticamente tomou conta do mercado, contratando os melhores artistas e personagens das outras emissoras. O poderio econômico prevaleceu.
Nunca gostei da linha de orientação da Globo. Sempre ao lado de quem estava no governo, arvorou-se em formadora da opinião do povo brasileiro. Pior que, na TV dita aberta, não existem outras opções melhores. A Bandeirantes e a Record, ambas paulistas, seguem uma orientação voltada para a religião e pouquíssimas outras atrações capazes de prender o telespectador. A SBT tem um nível muito fraco de programação. A antiga Manchete, fundada em 1983, hoje mudou de nome, adquirida por um grupo paulista, tornando-se a Rede TV.
Felizmente, após o advento da imagem digital, temos hoje a opção de adquirir a TV a cabo, por assinatura, que nos dá melhores alternativas de filmes, esportes e noticiário.
A Globo intoxica o espectador com novelas, chegando, através do seu poderio econômico, a mandar nos horários dos jogos de futebol em todo o país, já que monopolizou as transmissões. Sinceramente, da Globo, só assisto os telejornais.
Hoje, com o advento da internet, a televisão deixou de ser tão importante como já foi. Ela conseguiu praticamente acabar com o rádio, mas hoje perdeu muito espaço para a internet.
Como será o futuro da comunicação no Brasil e no mundo?
Dos programas de auditório só me recordo do "Balança mas não cai". A novela "O Direito de Nascer" também emplacou uma versão na televisão. E o futebol, o esporte nacional, também obteve sucesso no novo veículo. Mas, era engraçado ver como aqueles que estavam acostumados apenas a ter sua voz transmitida pelo microfone de uma emissora de rádio tiveram que aprender a interpretar novelas ou transmitir partidas de futebol quando a imagem mostrava a realidade da cena.
No futebol, então, poucos locutores sobreviveram. Acostumados a florear e colocar emoção em suas narrações no rádio, quando a realidade da imagem televisa mostrava coisa bem diferente ou um lance sem maior importância, quase caíam no ridículo. Mas, quando as partidas eram disputadas fora do Estado ou do país, ainda o rádio imperava e os locutores esportivos podiam dar asas à sua imaginação e povoar a dos seus ouvintes. Pelo rádio ouvimos o Brasil ser campeão do mundo em 1958, 1962 e ainda escutar a Copa do Mundo de 1966. Já a de 1970 foi transmitida pela televisão, ainda em preto e branco no Brasil.
A TV-Tupi continuava a única a dominar o novo mercado, surgindo, então, a TV-Record em São Paulo, inaugurada em 1953. Dois anos depois surge a TV-Rio, aqui na capital do Brasil. Tinha um programa muito bom de boxe, aos domingos à noite, chamado TV Rio Ring, onde surgiu o nosso campeão mundial Éder Jofre.
Só em 1957 foi efetuada uma transmissão ao vivo entre São Paulo e Rio. As antenas, até então, não tinham capacidade para transmissões diretas entre distâncias mais longas.
Em 1959 surge a a TV-Continental, no Rio, especializada em esportes, tendo Carlos Marcondes como o principal diretor. Em 1960, a TV-Excelsior, em São Paulo e sua filial no Rio, em 1963. A Continental, que introduziu o video tape no Brasil, foi cassada em 1972 e a Excelsior, em 1970 (estas informações foram colhidas na Wikipédia). No Recife, em 1960, é inaugurada a TV-Jornal do Comércio.
Em 1965 é fundada a TV-Globo do Rio, do conglomerado Irineu Marinho, que já publicava o jornal "O Globo". Em 1967 surge a TV-Bandeirantes, em São Paulo e em 1968, a TV-Educativa.
Em 1968 são inauguradas as torres da Embratel e o Brasil entra na era da transmissão via satélite, ligando todos os Estados do país e o exterior. Em 1972 é feita a primeira edição a cores com a transmissão da Festa da Uva, no Rio Grande do Sul.
Em julho de 1980 sai do ar a TV-Tupi, a pioneira da televisão no Brasil.
Daí em diante, a TV-Globo praticamente tomou conta do mercado, contratando os melhores artistas e personagens das outras emissoras. O poderio econômico prevaleceu.
Nunca gostei da linha de orientação da Globo. Sempre ao lado de quem estava no governo, arvorou-se em formadora da opinião do povo brasileiro. Pior que, na TV dita aberta, não existem outras opções melhores. A Bandeirantes e a Record, ambas paulistas, seguem uma orientação voltada para a religião e pouquíssimas outras atrações capazes de prender o telespectador. A SBT tem um nível muito fraco de programação. A antiga Manchete, fundada em 1983, hoje mudou de nome, adquirida por um grupo paulista, tornando-se a Rede TV.
Felizmente, após o advento da imagem digital, temos hoje a opção de adquirir a TV a cabo, por assinatura, que nos dá melhores alternativas de filmes, esportes e noticiário.
A Globo intoxica o espectador com novelas, chegando, através do seu poderio econômico, a mandar nos horários dos jogos de futebol em todo o país, já que monopolizou as transmissões. Sinceramente, da Globo, só assisto os telejornais.
Hoje, com o advento da internet, a televisão deixou de ser tão importante como já foi. Ela conseguiu praticamente acabar com o rádio, mas hoje perdeu muito espaço para a internet.
Como será o futuro da comunicação no Brasil e no mundo?
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