UM POUCO MAIS DAS OLIMPÍADAS...
Calfilho
Chegamos hoje ao 11º. dia das Olimpíadas que se realizam na "Cidade Maravilhosa", cidade onde nasci e da qual sou fã de carteirinha... Apesar de ter passado a maior parte de minha vida na vizinha Niterói (que amo tanto), nunca perdi a ligação com o Rio... Afinal de contas, aqui foi a capital do Brasil durante vários anos e, apesar de ter perdido grande parte da importância que tinha até alguns atrás, continua sendo a sede cultural do país, que tem muitas coisas mais para mostrar além das belezas com que Deus nos presenteou...
Neste ano de 2016 fomos brindados com a realização das Olimpíadas em nossa cidade. Apesar de todas as dificuldades financeiras, todas as mazelas com que nos defrontamos no nosso dia a dia, até aqui os Jogos Olímpicos têm sido um sucesso reconhecido por todo o mundo. Um problema aqui, outro assalto ali, nada disso consegue tirar o brilho das competições em nossa terra.
Não importa que o prefeito tenha querido deixar a marca de sua administração realizando obras até certo ponto desnecessárias, modificando a paisagem antiga da cidade para dar-lhe uma aparência de modernidade, às custas de nosso povo sofrido, que paga impostos absurdos para receber os serviços essenciais que, efetivamente não são prestados, principalmente nas áreas de saúde, educação e segurança.
Tudo bem, deixemos para lá, o momento é de festa, de mostrar nossa cidade para o mundo.
Nosso desempenho olímpico, entretanto, é triste, quase lamentável. Não se entende como um país com 200 milhões de habitantes tenha um desempenho tão fraco, para não dizer medíocre. Enquanto outras nações bem menores, até com muito menos recursos econômicos, conseguem nos suplantar, deixando-nos lá atrás na classificação dos Jogos.
O sempre celebrado Nélson Rodrigues já dizia que o Brasil tem que perder esse complexo de vira lata. Na Copa do Mundo de 1950 perdemos uma final em casa, em pleno Maracanã, porque os nervos dos nossos jogadores não suportaram a pressão exercida sobre eles. Depois, em 2014, voltamos a repetir o vexame, voltando a perder de 7 X 1, agora para a Alemanha, em pleno Mineirão.
E, agora nas Olimpíadas, vimos há pouco dias, uma ginasta chorar mais uma vez ao fracassar num salto. Já chorara anteriormente e voltou a repetir o choro agora, com a torcida toda a seu lado.
Na natação, não conseguimos uma só medalha. De pouco adiantou a esforçada torcida de nossos narradores de televisão, quando berravam no microfone "Fulano luta pela terceira colocação", "Fulana briga para subir no pódio" e o Fulano e a Fulana chegavam quase sempre em sétimo ou oitavo lugares.
No atletismo, até agora, nossa maior esperança, a Fabiana Murer, também não suportou mais uma vez a pressão e foi eliminada ainda na fase classificatória. Já desistira de competir antes em Pequim, alegando que esconderam sua vara de salto e ela não a achara. Quatro anos depois, em Londres, voltou a desistir alegando que havia muito vento para ela competir. Nada disso, a verdade é que "amarelou".
Já o jovem atleta de Marília, que pouca gente conhecia anteriormente, foi lá, enfrentou o campeão olímpico, teve raça e coragem para desafiá-lo para um salto maior ... e ganhou a medalha de ouro.
Tenho poucas ilusões sobre a conquista de outras medalhas... Talvez o voleibol feminino (excelente equipe), quem sabe o futebol masculino e feminino, quem sabe o vôlei de praia e pouca coisa mais...
Enquanto não entendermos que temos que massificar os esportes, criando em nossas crianças, desde cedo, o gosto por uma modalidade esportiva, nas escolas, nas praças, nos clubes, nas universidades, ficaremos batendo palmas para Michael Phelps ou Usaim Bolt...
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