domingo, novembro 27, 2016

FIDEL...

FIDEL...

Calfilho



              O ano, não tenho certeza... acho que 1958 ou 1959 (não vou recorrer à Wikipedia para saber, prefiro pedir auxílio à memória)...
        Líamos nos jornais da época que, em Cuba, mais precisamente, na Sierra Maestra, um grupo revolucionário tentava tirar do poder um tirano, um pau mandado dos norte-americanos, um tal de Fulgêncio Batista... Notícias longínquas, vindas do hemisfério norte...
                Cuba, em 1958, era um paraíso para os norte-americanos ricos, que ali procuravam prazer no sexo, nos cassinos, na força da moeda americana em relação à cubana... Mero satélite dos Estados Unidos da América, como o foram o Havaí e o Alasca,  antes incorporados ao "Big Brother"...
        Os relatos que nos chegavam eram muito românticos, aventureiros... um grupo de rebeldes embrenhado nas selvas de Cuba, tentando derrubar um governo sustentado por um exército forte, ainda mais apoiado pelos "irmãos" norte-americanos...                          Vibrávamos e torcíamos por Fidel e seus guerrilheiros, mas tudo era tão distante de nós... Poucos acreditavam no êxito da revolução...
         Mas, ela foi vitoriosa... e, nós os brasileiros distantes, batemos palmas para a vitória dos heróis cubanos, auxiliados por um argentino, que seria o símbolo da revolta, do inconformismo... "Che" Guevara...
            Acreditávamos todos que uma nova era se abria para Cuba... um governo do povo... para o povo... igualzinho ao que se esperava da Revolução Francesa... Igualdade, Liberdade, Fraternidade...
               O tempo passou... a revolução cubana sedimentou-se... mas, nada de eleições, nada do povo escolher seus dirigentes... o país evoluiu em educação e saúde, mas involuiu em liberdade, em direitos humanos, em progresso material... Havana ficou parada no tempo, uma cidade atrasada, sem perspectivas de melhorias, de conseguir achar seu caminho, sua verdadeira vocação... Isolada do mundo, dos outros países, do contexto mundial...
             E, o chefe da Revolução continuava lá, firme e erecto, durante 50 anos, no comando da nação... 
               Em nossa modestíssima opinião, o maior erro de Fidel foi bater de frente com os Estados Unidos... (nisso até concordo com ele, tinha que enfrentar mesmo)... Deveria ter enfrentado, batido de frente... Seu maior erro foi não saber dimensionar a força que tinha para esse combate... Seu maior erro foi achar que era o dono da verdade... Sua megalomania o deixou isolado...
            Coisa parecida, mesmo que com ares tupiniquins, aconteceu no Brasil... o presidente torneiro-mecânico também se achou o dono da verdade, o intocável... deu no que deu...
               Bem, a mão de Deus não falha: mesmo os mais poderosos um dia encontram a morte. E Fidel encontrou a sua...





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