terça-feira, dezembro 13, 2016

VALEU, BOTAFOGO...

VALEU, BOTAFOGO...

Calfilho




          Escrevi aqui, há quase dois meses, que o Botafogo merecia elogios pela bela campanha que estava fazendo no segundo turno do Campeonato Brasileiro deste ano. 
          Mas, logo adverti, que, como todo botafoguense que se preza, estava com receio de fazer aqueles elogios, pois como a arrancada vitoriosa no segundo turno era sensacional, poderia "secar" o time e ele talvez entrasse numa maré de baixa e tudo viria por água abaixo.
                E, foi o que aconteceu...
               O time, que no início do campeonato estava fadado a lutar contra o rebaixamento, composto de alguns estrangeiros totalmente desconhecidos, alguns outros remanescentes de pífias campanhas anteriores e outros mais, vindos das categorias de base, fez um primeiro turno realmente medíocre, povoando quase sempre a zona de rebaixamento.
          Eis que, por ação divina, nosso técnico, o "boa gente" Ricardo Gomes, recebe uma proposta vantajosa do São Paulo e para lá foi, deixando a direção da equipe no fim do primeiro turno.
          A diretoria, não tendo outro nome à disposição para substituí-lo, entregou o time nas mãos do auxiliar Jair Ventura, já há algum tempo no clube, filho do nosso ex-ídolo Jairzinho, tricampeão do mundo pela seleção brasileira.
         E, como que por milagre (coisas que só acontecem ao Botafogo), aquele time anêmico, sem garra, que apresentava um futebol burocrático, ganhando uma partida aqui, perdendo várias outras ali, encheu-se de brios, passou a correr o que não corria antes, e começou a ganhar, a ganhar... até chegar à zona de classificação para a Libertadores...
         Foi aí que escrevi aquele meu comentário de outubro passado... Parece até que estava prevendo o que aconteceria....
         Então, o time empacou... empatou com o Coritiba e Flamengo, perdeu para Palmeiras e Chapecoense, empatou com a Ponte Preta... A classificação para a Libertadores, que já parecia assegurada, começou a esvair-se por entre nossos dedos...
              Veio a tragédia aérea da Chapecoense, dois titulares alvinegros haviam jogado lá ano passado: Bruno Silva e Camilo...
           Passada a semana de luto, veio a rodada final do Brasileiro... Botafogo, Atlético Paranaense e Corinthians disputavam as duas últimas vagas para o Torneio das Américas... Dos três, talvez o Botafogo fosse o que tivesse elenco  mais fraco... Era a conta do chá, se um dos titulares não pudesse jogar, tudo desmoronava, como quando Carli era suspenso e entrava Renan Fonseca ou Aírton se machucava e entrava Fernandes...
            O jogo do Botafogo era contra o Grêmio, em Porto Alegre... o time gaúcho estava meio de ressaca após a conquista da Copa do Brasil na quarta anterior e decidiu colocar um time quase todo de reservas para enfrentar o Botafogo...
    Fizemos o primeiro gol aos quinze minutos de jogo e conseguíamos controlar a partida.. Mas, o Corinthians ganhava do Cruzeiro e o Atlético do Paraná empatava com o Flamengo, o que nos tirava da zona de classificação...
         Entretanto, sempre o entretanto botafoguense: aos 45 minutos do primeiro tempo, quando o lateral alvinegro Victor Luís sofre falta violenta do gremista Negueba, no meio de campo, e o juiz iria mostrar o cartão amarelo para este último, Sassá, o desmiolado centroavante botafoguense vem correndo lá da frente e dá uma peitada no também alvinegro Aírton, saindo os dois no tapa... coisas que só acontecem ao Botafogo...
         O juiz, acertadamente, deu cartão amarelo para os dois, e como Aírton já havia recebido um outro anteriormente, acabou sendo expulso... isso, no jogo final do campeonato, quando estava em disputa uma vaga para a Copa Libertadores da América...
             Fortes emoções para o segundo tempo...
          Jair Ventura, acertadamente também, substituiu o tresloucado Sassá pelo dedicado Rodrigo Lindoso e o time só se defendeu no segundo tempo... sofreu uma pressão ridícula do time reserva do Grêmio, cuja torcida, nas arquibancadas, mais parecia interessada no resultado do jogo do seu arquirrival Internacional no Rio de Janeiro. O coração sofreu, mas vibrou com a vitória...
        Com muita garra, muita dedicação, muita entrega, os dez heróis que restaram em campo souberam sustentar o placar e garantir a classificação do Botafogo... Parabéns a todos eles pela raça e energia na defesa da camisa gloriosa...

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