A NORMANDIA
DE CHERBOURG A HONFLEUR...
Calfilho
Pouco acima do Monte Saint Michel, onde termina a Bretanha, começa a Normandia. Tendo o Canal da Mancha a separá-la da Inglaterra (como também a Bretanha), é uma das regiões mais bonitas e badaladas da França. Ficou ainda mais famosa depois da Segunda Guerra Mundial, pois em muitas de suas praias ocorreram os desembarques das forças aliadas enviadas da Grã Bretanha para a libertação da França e a derrota da Alemanha nazista.
Para a Normandia, pega-se o trem, que não é o TGV, mas é também rápido, na gare St. Lazare. Dali, além de Cherbourg e Trouville/Deauville, partem trens que vão a Rouen, Versailles, Pontoise e outras.
Só fiquei hospedado em Cherbourg, Deauville e Honfleur, dentre as cidades da Normandia. Mas, fiz vários passeios pela região, que me permitiram conhecer, mesmo que não a fundo, outros locais da região, tão famosa por ter sido a porta de entrada das forças aliadas no Dia D (6 de junho de 1944).
Rouen, no interior, no curso do Sena que segue em direção ao mar, é famosa por ter sido a cidade onde Joana d'Arc foi queimada. Pode-se visitar o local onde a fogueira foi erguida, perto de um pequeno museu em homenagem à Santa idolatrada pelos franceses. A cidade, como quase todas as cidades da "Province" francesa ("Province", para eles, significa interior; não confundir com "Provence", que é uma outra região na Costa Azul) tem preservada sua parte antiga que coexiste com o lado moderno. Na parte antiga, onde existem várias pequenas ruas a serem percorridas, vale a pena visitar a Catedral, o Relógio Dourado e o Hotel de Bourgtheroulde (um bonito prédio medieval). Fica tudo perto saindo da estação de trem, pode-se fazer o trajeto a pé.
Na mesma linha de trem, antes de chegar a Rouen, podemos dar uma pequena parada em Vernon, onde pegamos um ônibus que nos leva a Giverny, a oito minutos da estação. Giverny é famosa por ter sido a derradeira cidade onde morou Claude Monet, que ali construiu sua casa, dentro de um imenso e maravilhoso jardim, onde pontificam as "nymphéas", espalhadas em seus bem tratados lagos. As pinturas sobre as "nymphéas" encontram-se no museu de l'Orangerie, em Paris, no Jardim das Tulherias.
Pegando outro trem, na mesma estação Saint Lazare, em Paris, vamos visitar Cherbourg. Cidade pequena, com uma parte antiga que merece ser visitada e, por ser um porto, foi uma das cidades dominadas pelos nazistas e uma daquelas escolhidas pelos aliados para o desembarque de 6 de junho.
Pegamos um táxi (não sei se existe algum serviço de ônibus que faça esse percurso) dirigimo-nos até Sainte Mére Église, que fica a uns 35 quilômetros de Cherbourg. Essa cidade tornou-se famosa porque, na madrugada do dia 6 de junho, antes do desembarque por terra, os paraquedistas americanos da 101ª. Divisão aero terrestre (os "Air bones") ali chegaram, como também nas cidades vizinhas junto com paraquedistas ingleses, canadenses e franceses, por trás das linhas alemães, tentando preparar o terreno para o desembarque das tropas vindas da Inglaterra, o que ocorreria quando o dia clareasse.
Famosa é a foto do paraquedista americano que ficou preso na torre da igreja, enquanto os alemães, em terra, disparavam contra os outros seus colegas que desciam de paraquedas. Esse episódio, a descida dos americanos via paraquedas na costa da Normandia, ficou bem gravado em dois filmes imperdíveis: uma série da HBO denominada "Band of Brothers" e um mais antigo "O mais longo dos dias", com John Wayne, Robert Mitchum. Henri Fonda, Sean Connery e tantos outros artistas famosos.
Atualmente, para atrair turistas e, ao mesmo tempo talvez para não esquecerem os terríveis momentos que seus antepassados viveram, os habitantes locais penduraram um paraquedas com um boneco vestido de soldado, imitando a cena ocorrida na madrugada de 6 de junho de 1944.
Ao lado da pracinha onde fica a igreja existe um excelente museu sobre o dia do desembarque. Talvez não seja o melhor museu sobre a matéria (dizem que em CAEN há um mais completo), mas ele retrata bem a angústia daqueles momentos que precederam a libertação da França.
Para a Normandia, pega-se o trem, que não é o TGV, mas é também rápido, na gare St. Lazare. Dali, além de Cherbourg e Trouville/Deauville, partem trens que vão a Rouen, Versailles, Pontoise e outras.
Só fiquei hospedado em Cherbourg, Deauville e Honfleur, dentre as cidades da Normandia. Mas, fiz vários passeios pela região, que me permitiram conhecer, mesmo que não a fundo, outros locais da região, tão famosa por ter sido a porta de entrada das forças aliadas no Dia D (6 de junho de 1944).
Rouen, no interior, no curso do Sena que segue em direção ao mar, é famosa por ter sido a cidade onde Joana d'Arc foi queimada. Pode-se visitar o local onde a fogueira foi erguida, perto de um pequeno museu em homenagem à Santa idolatrada pelos franceses. A cidade, como quase todas as cidades da "Province" francesa ("Province", para eles, significa interior; não confundir com "Provence", que é uma outra região na Costa Azul) tem preservada sua parte antiga que coexiste com o lado moderno. Na parte antiga, onde existem várias pequenas ruas a serem percorridas, vale a pena visitar a Catedral, o Relógio Dourado e o Hotel de Bourgtheroulde (um bonito prédio medieval). Fica tudo perto saindo da estação de trem, pode-se fazer o trajeto a pé.
Na mesma linha de trem, antes de chegar a Rouen, podemos dar uma pequena parada em Vernon, onde pegamos um ônibus que nos leva a Giverny, a oito minutos da estação. Giverny é famosa por ter sido a derradeira cidade onde morou Claude Monet, que ali construiu sua casa, dentro de um imenso e maravilhoso jardim, onde pontificam as "nymphéas", espalhadas em seus bem tratados lagos. As pinturas sobre as "nymphéas" encontram-se no museu de l'Orangerie, em Paris, no Jardim das Tulherias.
Pegando outro trem, na mesma estação Saint Lazare, em Paris, vamos visitar Cherbourg. Cidade pequena, com uma parte antiga que merece ser visitada e, por ser um porto, foi uma das cidades dominadas pelos nazistas e uma daquelas escolhidas pelos aliados para o desembarque de 6 de junho.
Pegamos um táxi (não sei se existe algum serviço de ônibus que faça esse percurso) dirigimo-nos até Sainte Mére Église, que fica a uns 35 quilômetros de Cherbourg. Essa cidade tornou-se famosa porque, na madrugada do dia 6 de junho, antes do desembarque por terra, os paraquedistas americanos da 101ª. Divisão aero terrestre (os "Air bones") ali chegaram, como também nas cidades vizinhas junto com paraquedistas ingleses, canadenses e franceses, por trás das linhas alemães, tentando preparar o terreno para o desembarque das tropas vindas da Inglaterra, o que ocorreria quando o dia clareasse.
Famosa é a foto do paraquedista americano que ficou preso na torre da igreja, enquanto os alemães, em terra, disparavam contra os outros seus colegas que desciam de paraquedas. Esse episódio, a descida dos americanos via paraquedas na costa da Normandia, ficou bem gravado em dois filmes imperdíveis: uma série da HBO denominada "Band of Brothers" e um mais antigo "O mais longo dos dias", com John Wayne, Robert Mitchum. Henri Fonda, Sean Connery e tantos outros artistas famosos.
Paraquedista americano na torre da igreja de Sainte Mére Église |
Ao lado da pracinha onde fica a igreja existe um excelente museu sobre o dia do desembarque. Talvez não seja o melhor museu sobre a matéria (dizem que em CAEN há um mais completo), mas ele retrata bem a angústia daqueles momentos que precederam a libertação da França.
Museu do Air Bone Sainte Mére Église |
Também partindo da gare Saint Lazare, em Paris, outro trem nos leva a uma bela cidade da Normandia: Deauville. O ponto final é a cidade de Trouville, mas Deauville fica ao lado, é só atravessar uma pequena ponte que separa as duas cidades.
Enquanto Trouville é uma cidade mais pobre, mais proletária, Deauville é só sofisticação, luxo e ostentação. Seus hotéis são quase todos de quatro e cinco estrelas (achei um de três, o Continental). A cidade é palco de festivais de cinema, em suas praias existem várias barracas onde os turistas que pretendem passar um dia ao sol e tomar um banho de mar podem trocar de roupa. Seus restaurantes (assim como os de Trouville) são muito bons, comida excelente, tendo os frutos do mar como prato principal.
Ao lado da estação de Trouville existe um pequeno quiosque onde se pode comprar um bilhete para o ônibus que nos leva a Honfleur. Esta é uma cidade que tem a pesca como atividade principal (hoje nem tanto), pequena, atraente, aconchegante. Seus restaurantes também são esplêndidos, ali se pode degustar ostras enormes e "moules" deliciosos. Ficamos num hotel acolhedor , o "Cheval Blanc", na beira do porto. E, nesse local, pode-se pegar um barco de turismo que faz o passeio pela região, passando sob uma ponte enorme, construída há pouco tempo, já perto do porto do Havre.
Há uns seis, sete anos atrás, estávamos em Honfleur quando um ex-colega de turma da magistratura, na época já desembargador, estava também na região e entrou em contato comigo. Depois de um lauto jantar, ele sugeriu alugar um carro para explorarmos a região das praias do desembarque. Como era ele que iria dirigir, concordamos (nunca dirigi no exterior e nem gostaria). Compramos um mapa da região e, como eu já conhecia Sainte Mére Église de uma viagem anterior, tudo ficou mais fácil. Saímos de Honfleur e, sempre em estradas à beira-mar, passamos por Deauville, Coleville (nome de código OMAHA), Contentin, no estuário de Carentan (codinome UTAH), Courseulles-sur-mer, Bènieres, Saint-Aubin (codinome JUNO), La Rivière, Le Hamel, Arromanches (codinome (GOLD), Lion-sur-mer, Ouistreham na boca do Rio Orne, já perto de Caen, que fica mais no interior (codinome SWORD e Pointe du Hoc, que tem o mesmo codinome e é uma falésia entre as praias de Omaha e Utah. Os aliados codificaram os nomes das praias para que os nazistas não pudessem identificar onde seria realizado o desembarque. Finalmente, chegamos a Sainte Mère Église. Almoçamos na cidade e só retornamos no fim do dia.
A Normandia também é bastante conhecida pelos queijos que fabrica, como o Pont l'Éveque, bem como por sua bebida característica, o Calvados, uma espécie conhaque de maçã.
Uma cidade que não visitei, mas que atraiu minha curiosidade, é Lisieux, que é ponto de parada do trem que nos leva a Deauville ou Cherbourg. Tem um catedral maravilhosa, parecida com a Salute, de Veneza, no alto de um morro, podendo ser divisada da janela do trem.
Ainda também na Normandia, talvez a principal cidade da época da guerra tenha sido Caen (pronuncia-se CAN, não perguntem por quê, pois nem Patrick soube me explicar). Não a conheci, por ela só passei.
Foram estas minhas impressões sobre a Normandia, região da França que vale a pena visitar.
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