quinta-feira, fevereiro 12, 2015

A MAGIA DE PARIS 2

A MAGIA DE PARIS

Segunda parte

Preparativos de viagem

 
 
Calfilho
 
 
 
                           Só consegui voltar a Paris, em 1990, trinta e três anos depois da primeira vez, em 1957.
                            Os rumos que minha vida tomou, tão diferentes daqueles que tinha planejado para o meu futuro quando tinha quatorze anos de idade, impediram que eu retornasse à cidade que ficou gravada para sempre em minha memória durante os 30 dias lá passados em março de 1957.
                            Mas, nunca deixei de nela pensar. Sonhava com o dia em que eu pudesse voltar a visitar aquelas ruas estreitas, aqueles grandes boulevards, o rio que a cortava ao meio,  sentir novamente a agitação de seus bares e cafés, a alegria de seu povo. Talvez, até inconscientemente, essa ânsia de rever Paris, enquanto a saúde me permitisse viajar na plenitude de minha capacidade física e mental, tivesse sido um dos fatores, entre vários outros, que me fizeram requerer a aposentadoria precoce. Mesmo perdendo promoções e dinheiro...
                           Paris é uma cidade maravilhosa, extraordinária. Encanta o viajante que a conhece pela primeira vez e nele incute a vontade de voltar a vê-la, a conviver novamente com o seu dia a dia.
                           A primeira decisão a tomar é se pretende fazer a viagem através de uma agência de turismo ou pela internet.
                           Em 1990, quando decidi voltar a Paris e tinha o tempo livre para fazê-lo, a internet ainda não era como atualmente. Engatinhava.  Por isso, recorri a uma agência de turismo no Rio de Janeiro.
                           Decidi que queria fazer um voo direto do Rio para Paris, sem escalas ou conexões. Existem duas companhias aéreas que fazem esse trajeto. Na época, a francesa Air France e a brasileira Varig. Hoje, a TAM substituiu a Varig, mas me parece que para Paris ela só tem voos partindo de São Paulo.
                           A agência explicou-me tudo isso. Escolhi a Air France, o que faço até hoje, porque seus voos não costumam atrasar, o atendimento nos aeroportos e no interior das aeronaves é bom e, em Paris, ela tem um terminal exclusivo para embarque e desembarque, o que muito facilita o trânsito de passageiros no enorme aeroporto Charles de Gaulle.
                            Esclareço que sempre é mais vantajoso comprar o bilhete de ida e volta, o chamado ponto a ponto, que é mais barato do que comprar separadamente os trajetos de ida e o de volta. O único inconveniente é que a data da volta tem que ser marcada na data da compra do bilhete.  Essa data, entretanto, pode ser alterada posteriormente, sujeitando-se o passageiro ao pagamento de uma multa (hoje acho que 140 dólares americanos). Além disso, na volta você tem que obrigatoriamente embarcar no avião no aeroporto onde chegou. Isto é, no exemplo acima, de uma viagem Rio/Paris/Rio, você irá desembarcar em Paris e voltar também por Paris.
                            Existem voos com conexão que talvez sejam mais baratos, mas acho que o inconveniente de uma conexão não compensa a pouca diferença no preço. Lembro-me de uma vez que viajei pela British Airways, tendo que fazer obrigatoriamente uma conexão em Londres para chegar a Paris. Essa parada na capital londrina demorou seis horas e, quando chegamos a Paris, desembarcamos no aeroporto de Orly e uma das malas fora enviada para o outro aeroporto, o Charles de Gaulle. Foi um pequeno contratempo, no dia seguinte enviaram a mala extraviada para meu hotel, mas sempre é um contratempo. Acho que a TAP (com conexão em Lisboa), a Ibero (conexão em Madrid), a Lufthansa (conexão em Frankfurt) talvez ofereçam bilhetes um pouco mais baratos que os voos diretos da Air France e TAM, mas entendo que o voo sem conexões é muito mais proveitoso.
                          Hoje, pela internet, você pode comprar seu bilhete escolhendo a companhia aérea em que pretende viajar, as opções oferecidas para o dia escolhido (a Air France costuma ter dois voos diários dependendo do dia da semana), a classe pretendida (econômica, premium, executiva, primeira), os preços de ida e volta. Escolhido o voo, você mesmo imprime o bilhete, pagando com cartão de crédito internacional  parceladamente (a Air France parcela em até quatro vezes, as outras não sei). É o que faço atualmente, deixando de recorrer a uma agência de turismo que irá me cobrar comissão somente para emitir o bilhete de viagem.
                             Deixe seu hotel reservado desde o Brasil, se possível já pagos os dias em que você pretende ficar hospedado, para evitar carregar dinheiro em demasia para efetuar esse pagamento. Muitos preferem usar o cartão de crédito, eu já prefiro carregar cartões de débito aqui no Brasil e levar uma parte em espécie (até o correspondente a dez mil reais por passageiro). O cartão de crédito é prático mas você fica à mercê da oscilação da moeda e do perigo de fraudes, ou até mesmo da hipótese do cartão não funcionar quando você lá estiver. Ou ainda, de furto (o que pode ocorrer com qualquer meio de pagamento, seja dinheiro ou cartão). Sempre levo um ou dois cartões de crédito, apenas para o caso de uma emergência, poucas vezes os utilizei. Nunca deixo o dinheiro ou cartões no hotel, mesmo em cofres. Prefiro carregá-los comigo, tomando todos os cuidados possíveis, é claro.
                             Paris não é uma cidade violenta, nela pode-se caminhar tranquilamente até a madrugada. Dificilmente ocorrem assaltos ou roubos à mão armada, como infelizmente ocorrem no Rio de Janeiro. Mas, existem muitos punguistas, principalmente nos locais mais concorridos, de grandes aglomerações, como no metrô, monumentos e museus. A grande maioria desses punguistas (os pickpockets) é constituída de imigrantes da África ou do Leste Europeu. Por isso, cuidado com seu passaporte, seu dinheiro, seu cartão.
 
                            Verifique se seu passaporte está em dia (o que significa ter vencimento para seis meses após a data prevista para a viagem), faça o seguro obrigatório (tratado de Schengen), às vezes exigido pela polícia francesa quando você passa pela imigração, tenha em mãos alguns euros trocados para as primeiras despesas (táxi, RER, ônibus, etc...).
                             Na véspera do embarque (na Air France, 30 horas antes do voo) tente fazer o check-in pela internet, imprimindo o respectivo cartão de embarque. Isso facilitará as formalidades no aeroporto do Galeão, onde há uma fila exclusiva para quem já fez o check-in pela internet e quer apenas deixar as bagagens de porão.
                              Confira se todos os documentos estão em ordem (passagens de avião, trem, reservas de hotéis, etc...), se está levando o dinheiro suficiente para suas despesas, dirija-se para o aeroporto com, pelo menos, três a quatro horas de antecedência (atenção no trânsito engarrafado), e... BOA VIAGEM...


 

Um comentário:

Jorge Carrano disse...

Estarei acompanhando com vivo interesse as suas informações e sugestões.
Abraço