sexta-feira, julho 21, 2017

É POUCO.. MUITO POUCO...




É POUCO... MUITO POUCO...

Calfilho


         Dias atrás escrevi uma matéria sobre o Botafogo... o passado glorioso, o presente de muita transpiração e pouca técnica... cheguei a afirmar que, atualmente, ora ele me surpreende com boas atuações, ora me decepciona fazendo partidas medíocres...
       Ontem à noite, jogando em Curitiba contra o Atlético Paranaense, ele outra vez me decepcionou...
         Sei de todas as deficiências da equipe: elenco reduzido, jogadores apenas medianos, sem nenhum fora de série em seus quadros, muitas prolongadas contusões e farta distribuição de cartões amarelos e vermelhos, além do lançamento prematuro de alguns jovens da base para suprir a ausência dos titulares. Sei do esforço que a atual diretoria tem feito para tentar recuperar o clube e, em consequência, nosso time de futebol... depois de pegá-los como terra arrasada... Fui conselheiro do clube e sei como as coisas ali se desenrolaram...
          Reconheço também suas virtudes: time solidário, entrega total em campo, com os jogadores correndo durante todo o tempo de jogo, defesa e meio de campo muito sólidos, treinador fazendo milagre com o elenco que tem em mãos. Realmente, os resultados até agora obtidos em três competições de alto nível são extraordinários, surpreendentes mesmo...
          Mas, o Botafogo, time de primeira divisão do futebol brasileiro, aquele que mais jogadores cedeu à seleção nacional, equipe onde jogaram alguns dos maiores atletas do futebol mundial, não pode jogar, TODOS OS JOGOS, da mesma maneira, da mesma forma como atuou ontem contra o rival paranaense...
           Seja atuando em casa, seja fora, o time joga sempre igual. Sólido na defesa, marcador e desarmador no meio de campo e inofensivo no ataque. Tem ganhado jogos esperando uma falha do adversário, quando num veloz contra ataque, consegue marcar um mísero gol... Às vezes até consegue outras boas oportunidades de colocar a bola nas redes, mas elas são perdidas pela pouca categoria de seus atacantes. Aliás, Pimpão e Roger, os nossos atacantes, na verdade, em campo, não exercem essa função. Estão quase sempre no nosso lado do terreno, defendendo, marcando, roubando bolas, às vezes fazendo faltas infantis, pois não se acostumaram a marcar, a defender. Por isso, no final dos jogos, sofremos tanto, com a bola rondando nossa área, com nossos defensores e meio de campo fazendo faltas perigosas e desnecessárias... algumas delas resultam em gols do adversário, como aconteceu contra o Santos, já no período dos descontos...
          Não é esse o Botafogo que quero ver... não é esse o Botafogo que me acostumei a ver... Não pode ser uma equipe medrosa que não tem ambição, que não tenta impor seu jogo ao adversário, mesmo quando joga em casa ou contra equipes tecnicamente inferiores... o Botafogo que vejo hoje é um time limitado (todos sabemos disso), que corre muito, marca muito bem... mas não sabe o que fazer com a bola... prefere dá-la ao adversário e esperar um golpe de sorte, uma falha do time contrário, para ganhar seus jogos... ou contentar-se com o empate, que talvez seja considerado um grande resultado...
         Perguntei anteriormente, em outra publicação: “não sei até onde esse Botafogo pode ir”...
        Mas, se jogar o que jogou ontem contra o Atlético Paranaense e quando perdeu em casa para o Avaí, na época o lanterna do campeonato brasileiro, não conseguirá ir muito longe...
        Espero que não seja mais um ano perdido, desclassificado nas três competições que disputa.. afinal, o elenco está em seu limite, exausto e começando a patinar em campo...

        Tomara que esteja errado, que queime a língua... E, que, no fim do ano, digam que estou pessimista demais...

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