segunda-feira, novembro 16, 2020

Memórias futebolísticas...

   MEMÓRIAS FUTEBOLÍSTICAS...

                     Calfilho

Provocado por um dileto amigo, vou tentar escrever algumas linhas sobre futebol...

Acompanho o esporte desde 1950, quando tinha oito anos de idade...

Não torcia por um clube definido, gostava de ver os times jogando, a beleza das camisas coloridas, o Maracanã grandioso, mas ainda um pouco triste, depois da derrota para o Uruguai, na Copa do Mundo de 50... Meu pai às vezes me levava para assistir uma partida, seja do Vasco, Fluminense, Botafogo, América, até mesmo do São Cristóvão. Com a chegada da televisão em nossos lares, passei a acompanhar com mais frequência os jogos que os clubes permitiam a transmissão.

O Vasco era o grande time da época, base da seleção brasileira que disputou a malfadada Copa de 50. Barbosa, Augusto, Eli, Ademir, Maneca, Friaça, Tesourinha, Chico, jogavam pela equipe cruzmaltina. Foi o campeão carioca daquele ano.

O Fluminense tinha Castilho, Píndaro, Pinheiro, Clóvis, Telê, Vítor, Bigode, Orlando Pingo de ouro, entre tantos outros excelentes jogadores. Foi o campeão de 1951.

O Flamengo tinha um timaço, sendo reforçado com a vinda de Rubens e Adãozinho, que chegaram do futebol paulista. Garcia, Biguá (mais tarde Tomires) e Pavão; Jadir, Bria (depois Dequinha) e Jordan; Joel, Rubens, Adãozinho (mais tarde Índio), Benitez e Esquerdinha. Ainda entraram Evaristo, contratado ao Madureira e uma dupla que fez muito sucesso por vários anos: Dida e Babá. O Flamengo foi tricampeão carioca em 1953, 1954 e 1955...

O Botafogo, que fora campeão em 1948, depois da saída de seu melhor jogador, Heleno de Freitas, para o Boca Juniors, não conseguia formar um bom time. Até que, em 1953, surgiu um endiabrado ponta-direita, de nome Manuel Francisco dos Santos, apelidado de Garrincha, que fez voltar a alegria aos botafoguenses. Contratou Didi ao Fluminense, além de Paulinho Valentim e Quarentinha, dois excelentes artilheiros. O time foi campeão em 1957.

Já agora, eu era um fã incondicional de futebol, assistindo todos os jogos passados na televisão ou indo aos estádios de Caio Martins, Maracanã, São Januário, Álvaro Chaves e até mesmo Bariri, Teixeira de Castro, Figueira de Melo.

Era sócio do Canto do Rio F.C., clube de Niterói, que disputava o campeonato carioca. Passei a torcer por ele e a acompanhar seus jogos pelos estádios onde jogava. Em 1955, o clube contratou alguns jogadores já em final de carreira e conseguiu formar um time razoável: Garcia (Veludo), Ary Marron, Vítor, Lafayette, Eli do Amparo, Caboclo, Mituca, Zequinha, Osmar, Jairo...

Como o meu amigo Carrano já explicou em seu “post”, as tardes de domingos começavam às 13 horas com os times de aspirantes. Às quinze horas tinha início o jogo de profissionais. E, nas manhãs ensolaradas havia a partida entre os juvenis. Não vi ninguém morrendo de insolação, nem havia parada técnica para reidratação...

Eu mesmo costumava “rachar” na areia da praia de 9 da manhã ao meio-dia...

Já disse isso em outras matérias do meu blog: defini qual seria o clube pelo qual torceria depois da final do campeonato carioca de 1957, quando o time da estrela solitária goleou o Fluminense por 6 X 2, com exibições primorosas de Nílton Santos,  Garrincha, Didi, Paulinho Valentim, Quarentinha...

Devo ter dado sorte nessa escolha, pois no ano seguinte, 1958, o Brasil, finalmente, foi campeão do mundo, tendo em sua equipe justamente Nílton Santos, Garrincha e Didi. E repetiu a dose em 1962, com mais Zagallo e Amarildo no time principal, além dos três outros já citados...

 


Um comentário:

Jorge Carrano disse...

Sou torcedor do Vasco pela óbvia razão de que na década de 1950 era o melhor time. Em 1947, idade para fazer a opção clubística (sou de 1940), o Vaso ganhou do Arsenal por 1X0, com gol de Nestor. Foi a gota d'água.

O clube londrino era a grande referência no mundo, bicho papão e o Vasco ganhou deles.