DESALENTO...
Calfilho
Reconheço que,
ultimamente, talvez a preguiça me tenha alcançado e me tenha tirado um pouco o
prazer de escrever. Não é falta de inspiração não, pois as ideias continuam
povoando meu cérebro. Só não sinto vontade ou talvez mesmo alguma satisfação
pessoal de colocá-las no papel. Quando vejo diariamente, nos jornais, na
televisão ou até na internet, tanta coisa idiota ser jogada dentro de nossas
casas, é que sentimos a dimensão de nossa incapacidade em tentar produzir algo
de útil, algo que realmente faça a diferença em nosso pobre Brasil.
Vivemos hoje um período
de radicalismos... Só determinados grupos, ou até mesmo somente determinadas
pessoas é que são as donas da razão, só elas é que estão certas, todos os
outros membros da sociedade estão errados, são umas “bestas”.
Em plena época de Copa
do Mundo, festa do futebol mundial que só se repete de quatro em quatro anos,
apenas três emissoras de televisão transmitem o evento para o Brasil. Duas da
poderosa Rede Globo, uma do Canal Fox. O poder do dinheiro falou mais alto...
Todas as três
transmissões, no meu modesto entendimento, são simplesmente ridículas. Os
locutores, os comentaristas, os repórteres de campo tranquilamente poderiam
estar trabalhando em qualquer programa humorístico que ninguém perceberia a
diferença. Transmitem uma partida de futebol como se fossem torcedores, como se
os telespectadores não estivessem assistindo a partida ao vivo...
O histerismo do tal de
Galvão Bueno quando narra um gol da seleção brasileira é realmente algo que
deve ser explicado por algum psicólogo ou psiquiatra. Indivíduo simplesmente
ridículo, que se acha o melhor narrador do mundo, arrogante e prepotente,
considerando-se o dono da seção de esportes da poderosa Globo.
Pior que o “é gol, é
gol, é gol...” dele, infelizmente é seguido com algumas pequenas variações pelo
Luiz Roberto, pelo Luiz Carlos e pela “batiiiida” do Milton Leite, do Sport-TV,
todos invenções da “poderosa”. Também criaram um tal de Jáder Rocha, que erra
constantemente o nome dos jogadores, chegando inclusive a gritar no gol da Colômbia
contra a Suíça, que o autor seria o Davidson, repetindo erradamente o grito, e
só depois que veio o “replay” mostrando que a cabeçada fora do Mina é que se
corrigiu... Na Fox, o obeso João também é duro de aguentar... “Muito
desagradável...” Pior que grande parte desses "grandes" locutores todos estão na
Rússia, transmitindo diretamente os jogos da Copa... fazendo o quê, não sei...
A poderosa Globo,
através do badalado André Rizek, que também se considera um comentarista de
primeira, irritou-se quando um transeunte russo tentou dar um beijinho em uma
de suas repórteres que fazia uma entrevista de rua. O Rizek, profundamente ofendido,
esbravejou contra o pobre do russo, chamando-o de machista e acusando-o de
assédio sexual. Só faltou invocar a lei Maria da Penha, que, felizmente, não
tem vigência em território soviético... Como se os russos não fossem conhecidos
por gostarem de trocar beijos entre eles, sejam homens ou mulheres... Mas, a
toda poderosa Globo quer impor seus costumes na terra dos outros, ditando-lhes
normas de conduta... Um gesto de carinho, de simpatia, foi considerado pelo
comentarista como assédio sexual...
Aliás, não sei o que
algumas narradoras de telejornais foram fazer na Rússia, cobrindo uma
competição mundial de futebol, matéria que, evidentemente, não é a especialidade
delas. A tal de Sandra Anemberg, então, é simplesmente risível, fazendo a toda
hora, caras e bocas na telinha da TV... Ri por qualquer coisa, dá palpite em
tudo, não mantém a sobriedade exigida de narradora de um telejornal. A outra, a
Renata Vasconcellos, companheira do almofadinha Bonner no Jornal Nacional, da
Globo, também foi para a Rússia dar seus pitacos na Copa do Mundo... deve ser uma
excelente comentarista do esporte bretão... Antes que me acusem de machismo, também não sei o que o Burnier, repórter de noticiários da Globo, foi fazer em solo russo...
Os comentaristas também
são de uma mediocridade irritante... Aguentar Júnior, Casagrande, Escobar, Caio
Ribeiro, Petckovic, Edmundo, Paulo Vinicius Coelho é dose para elefante...
Quando algum comentarista mais lúcido e independente tenta dar sua opinião,
eles logo o despedem, como aconteceu com o brilhante Juninho Pernambucano...
Nos dias atuais, só o “politicamente
correto” sobrevive... Em qualquer atividade humana... No futebol, as
entrevistas de técnicos e jogadores antes ou após os jogos são sempre as
mesmas: “estamos focados no adversário, vamos dar tudo de nós para ganharmos o
jogo; “treinamos forte durante a semana, o grupo está fechado, temos certeza de
que vamos virar o resultado”; “o gol do outro time saiu de uma bola parada.
Vamos treinar mais, levantar a cabeça para o próximo jogo”; “ o juiz prejudicou
o nosso time, os gols do adversário saíram de bolas paradas”...
Como se “as bolas
paradas” não fizessem parte de um jogo de futebol, como se o adversário não
pudesse marcar um gol cobrando uma falta ou um penalty...
Aliás, essa mania do “politicamente
correto” adotada por nossa mídia, na televisão ou na internet, talvez seja
uma das principais razões que me desanimam de escrever alguma coisa, pois sei
que, escrevendo ou não, o efeito será o mesmo: tudo vai continuar como está,
nada vai mudar... Uma opinião sensata, equilibrada, não terá nenhuma
repercussão diante de outras tão extremadas ou radicais... é capaz de dizerem
que estamos vivendo num país de sonhos e fantasias...
Abstenho-me de comentar
as decisões da Segunda Turma do STF, pois elas, além de desprestigiarem o
trabalho cansativo e produtivo dos juízes de primeira instância, geralmente
confirmados pelos tribunais de segundo grau (o que era rotina nos meus tempos
de magistratura), causam perplexidade em todo o povo brasileiro...
Talvez sejam “politicamente
corretas”...
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