PASSEIO POR VAN GOGH...
Calfilho
PASSEIO
POR VAN GOGH...
Calfiho
Não sou e nem pretendo ser um
especialista em pintura...
Mas, nas viagens que fiz à Europa, principalmente
aquelas feitas depois de 1990, quando me aposentei, acabei visitando vários
museus europeus, roteiro quase que obrigatório para todo turista que se
preze...
Vou citar apenas alguns deles, pois sei
que acabarei esquecendo de mencionar um ou outro... a Europa é o continente
mais repleto de museus, e de bons e museus...
Começo pela Espanha... em Madrid, claro,
visitei o Prado e o Sorella, famoso pintor espanhol, cuja residência foi
transformada em interessante museu...
Na Itália, o museu do Vaticano (onde
estão magníficas pinturas de Michelangelo, principalmente a Capela Sistina); a
Galeria Uffizi, em Florença, também espetacular; o Palácio dos Dodges, em
Veneza...
Na Inglaterra, a famosa Galeria Tate...
Bem, na França, foram muitos... em
Paris, o Louvre, claro; Orsay; L’Orangerie e vários outros do interior francês,
como Giverny e Auvers.
Como disse anteriormente, não sou “expert”
em arte, mas comecei a me interessar pelas telas dos grandes pintores. Sem nenhuma
preocupação de conhecê-las a fundo, de saber suas histórias ou a que escola
pertenciam. Apenas admirá-las, tentar entender o que o artista tentou colocar
na tela...
Claro que as obras clássicas de Da
Vinci, Michelangelo, Raphael, Tintoretto, Caravagio, Rubens, Rembrandt e vários
outros nos impressionam profundamente. Maravilhosas...
Mas, minha atenção foi logo atraída
pelos impressionistas... a forma como viam as cenas e as colocavam nas telas...
Não cheguei a me empolgar com as obras de Picasso, Dali ou mesmo o nosso
Portinari...
Conhecia pouco deles antes de 1990,
quando me aposentei... uma leitura aqui, outra informação ali, apenas isto... em
matéria de pintura minha ignorância conhecia apenas a Mona Lisa, de Da Vinci e
pouca coisa mais...
Mas,
tinha visto um filme sobre Toulouse Lautrec (“Moulin Rouge”) e fiquei encantado
com a qualidade das telas e do trabalho do pintor.
Depois, passei a conhecer Manet
(Edouard), talvez o precursor do movimento e, em seguida, Rénoir (JeanPaul),
Monet (Claude), Degas, Cézane, Sisley e outros tantos... Até chegar em Van
Gogh...
A obra deles é realmente
impressionante (não só impressionista). Telas maravilhosas, forma de expressão
de cores e sentimentos realmente admiráveis... O museu d’Orsay, em Paris, talvez
seja aquele que mais obras desses pintores tenha para exibir... Seu quinto
andar, na realidade, é um mergulho na obra impressionista e ali se pode
deliciar horas e até dias só admirando a qualidade do que é exibido...
Sobre Van Gogh, cujas obras estavam entre
aquelas exibidas no quinto andar até alguns anos atrás, foi criado um espaço
especial, no segundo andar, do lado direito de quem entra no museu (essa minha
informação é de três anos atrás, última vez em que visitei o Orsay). Ali estão
algumas de suas principais telas...
Por curiosidade e atraído pela força de
suas telas, pesquisei mais sobre o pintor holandês. Peguei um trem em Paris,
desci em Pontoise e dali peguei outro trem, que em 11 minutos me levou até
Auvers-sur-Oise, pequena cidade situada numa das margens do rio Oise. No total,
pouco mais de 50 minutos de viagem...
Auvers é um vilarejo (“village”, em
francês) com poucos habitantes, mas ruas bem calçadas e limpas e foi ali onde
Van Gogh passou os últimos três meses de vida... Tendo se agravado seu estado
de demência desde que cortou a orelha em Arles, no sul da França, após uma
discussão com Gauguin, seu irmão, Paul, decidiu mandá-lo para Auvers, onde
morava um médico famoso no tratamento de doenças mentais, o Dr. Gachet. Vincent
(Van Gogh) ficou morando por alguns dias na casa do médico, que fez o diagnóstico
inicial. Ali pintou uma de suas telas mais famosas, “a filha do Dr. Gachet”. Logo
mudou-se para uma pequena pensão, que alugava quartos no sobrado e funcionava
como restaurante no térreo: a casa Ravoux. Dali ele partia diariamente para os
campos em volta, onde produziu algumas das suas mais bonitas obras, inclusive a
igrejinha de Auvers...
Irremediavelmente atacado pela
doença que lhe corroía a mente, acabou indo pintar num campo e deu um tiro no abdômen...
Seu irmão Paul veio de Paris e o levou para o quarto na pensão Ravoux... Ele
agonizou por três dias e acabou morrendo.
Um ano depois, seu irmão Paul também
morria... os dois eram muito ligados e Paul, que era “marchand” de quadros vislumbrava
a excelência dos trabalhos do irmão, compreendendo sua doença e dele cuidando
até sua morte...
Os dois estão enterrados no
pequeno cemitério de Auvers, um ao lado do outro...
Mas, Auvers, além de Van Gogh, tem
um excelente museu dedicado aos impressionistas, localizado num castelo no centro
da cidade e onde se pode percorrer grande parte da obra desses excelentes
pintores.
Auvers também tem um museu do
absinto, o chamado “fogo verde”, que era a bebida preferida dos intelectuais,
pintores e escultores da época...
Vale muito a pena a visita...
Mas, vi mais de Van Gogh no museu
que tem seu nome na cidade de Amsterdam, na Holanda... Excelente museu,
extraordinárias obras do pintor...
Outra cidade francesa, esta já no
sul, que visitei e onde Van Gogh morou por algum tempo é Saint Remy-en-Provence,
onde existe um pequeno museu que registra sua passagem pela cidade.
Soube que em Arles,
também no sul da França, é outra cidade onde ele residiu. Contam que foi ali
que ele decepou a orelha... Não conheço essa cidade...
Já li que em Nova York,
no Metropolitan Museum existe uma grande coleção de suas obras... Como nunca
fui aos Estados Unidos, não sei informar...
Vi vários filmes sobre
a vida de Van Gogh. O mais importante talvez seja aquele em que Kirk Douglas
faz seu papel e Anthony Quinn interpreta Gauguin...
Tenho fotografias de muitos desses
lugares, principalmente aquelas de Auvers-sur-Oise.
Como sou preguiçoso, deixo de exibi-las
aqui, mas são facilmente encontradas também na internet...
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