DIFERENÇAS...
Calfilho
A imprensa tem noticiado ultimamente que vários brasileiros que têm ascendentes europeus, principalmente portugueses, espanhóis e italianos, têm buscado as embaixadas e consulados desses países visando ir morar e trabalhar nos mesmos. Como foi o caso da prima de Carrano, acredito.
É lamentável que isto esteja acontecendo... Justamente o movimento inverso da primeira metade (até alguns anos mais) do século passado, quando os europeus (principalmente os nascidos em Portugal, Espanha e Itália) deixavam a terra natal e vinham para o Brasil, de mala e cuia, em busca de melhores oportunidades, de uma melhor condição de vida... Aqui estabilizavam suas vidas, a maioria casava com brasileiros ou brasileiras, a terra natal virava apenas uma longínqua lembrança...
Entretanto, a situação do Brasil atual, onde muito pouca coisa funciona bem, como educação, saúde, economia, transportes, infraestrutura, que apresentam índices baixíssimos de qualidade, fizeram com que a vida dos brasileiros se tornasse muito difícil e sofrida. Mas, talvez a violência que hoje impera em nossas cidades, sejam as grandes, médias e até as pequenas, seja o principal motivo pelo qual muitos de nós procurem deixar o Brasil e tentem recomeçar a vida na terra de seus ancestrais.
Não é o meu caso, pois com 76 anos de idade não tenho mais nada para recomeçar. Mesmo porque gosto muito do meu país, amo demais o meu Rio de Janeiro e a minha Niterói, cidades onde nasci e fui criado e de onde nunca pensei sair. E, porque, mesmo sem muitas esperanças, no fundo de minha alma ainda acredito que vamos dar a volta por cima e teremos um Brasil melhor no futuro. Coisa, talvez, para meu neto e descendentes.
Mas, quem vê a triste realidade do país, onde educação e saúde não são problemas prioritários; onde cidades do interior ainda não possuem água encanada ou esgoto; onde, apesar de sua vasta extensão, não temos uma malha ferroviária que transporte rapidamente os brasileiros de uma cidade a outra; onde ainda se morre por picadas de mosquito, por diarreia e de fome; onde quadrilhas fortemente armadas assaltam bancos, explodem caixas eletrônicos, pedestres são roubados em nossas ruas e praças,
não se pode deixar de dar razão àqueles que procuram deixar o Brasil para tentar viver num local mais adiantado e mais tranquilo.
Conheço relativamente bem a França e a Itália, um pouco menos a Inglaterra, Espanha e Portugal. Recentemente conheci algumas cidades alemãs e austríacas. Alguns desses lugares foram praticamente arrasados nas duas grandes guerras do século passado. Mas, conseguiram se recuperar, reconstruíram suas cidades, que são quase todas ligadas entre si por trens de alta velocidade. Hoje, já nem me surpreendo mais quando entro num museu europeu e vejo várias crianças, com idade entre 5 e 8 anos, sentadas no chão em frente a um quadro ou escultura, ouvindo atentamente a explanação da professora sobre aquela obra de arte.
Também não me surpreendo quando vejo, em plena rua de Paris, hoje, 10 de maio de 2018, uma jovem sacando calmamente dinheiro num caixa eletrônico aberto na calçada.
Como relatou meu ex-colega de Liceu Nilo Peçanha, Jorge Carrano, na última publicação de seu ótimo blog "Generalidades especializadas" (10/05/2018), uma de suas primas foi morar em Vizeu, bela cidade de Portugal.
E de lá, nos conta sobre a qualidade de vida que encontrou: cidades bonitas, limpas, bem conservadas, quase nenhum ou ínfimo índice de violência. Grande vantagem: lá também falam português...A imprensa tem noticiado ultimamente que vários brasileiros que têm ascendentes europeus, principalmente portugueses, espanhóis e italianos, têm buscado as embaixadas e consulados desses países visando ir morar e trabalhar nos mesmos. Como foi o caso da prima de Carrano, acredito.
É lamentável que isto esteja acontecendo... Justamente o movimento inverso da primeira metade (até alguns anos mais) do século passado, quando os europeus (principalmente os nascidos em Portugal, Espanha e Itália) deixavam a terra natal e vinham para o Brasil, de mala e cuia, em busca de melhores oportunidades, de uma melhor condição de vida... Aqui estabilizavam suas vidas, a maioria casava com brasileiros ou brasileiras, a terra natal virava apenas uma longínqua lembrança...
Entretanto, a situação do Brasil atual, onde muito pouca coisa funciona bem, como educação, saúde, economia, transportes, infraestrutura, que apresentam índices baixíssimos de qualidade, fizeram com que a vida dos brasileiros se tornasse muito difícil e sofrida. Mas, talvez a violência que hoje impera em nossas cidades, sejam as grandes, médias e até as pequenas, seja o principal motivo pelo qual muitos de nós procurem deixar o Brasil e tentem recomeçar a vida na terra de seus ancestrais.
Não é o meu caso, pois com 76 anos de idade não tenho mais nada para recomeçar. Mesmo porque gosto muito do meu país, amo demais o meu Rio de Janeiro e a minha Niterói, cidades onde nasci e fui criado e de onde nunca pensei sair. E, porque, mesmo sem muitas esperanças, no fundo de minha alma ainda acredito que vamos dar a volta por cima e teremos um Brasil melhor no futuro. Coisa, talvez, para meu neto e descendentes.
Mas, quem vê a triste realidade do país, onde educação e saúde não são problemas prioritários; onde cidades do interior ainda não possuem água encanada ou esgoto; onde, apesar de sua vasta extensão, não temos uma malha ferroviária que transporte rapidamente os brasileiros de uma cidade a outra; onde ainda se morre por picadas de mosquito, por diarreia e de fome; onde quadrilhas fortemente armadas assaltam bancos, explodem caixas eletrônicos, pedestres são roubados em nossas ruas e praças,
não se pode deixar de dar razão àqueles que procuram deixar o Brasil para tentar viver num local mais adiantado e mais tranquilo.
Conheço relativamente bem a França e a Itália, um pouco menos a Inglaterra, Espanha e Portugal. Recentemente conheci algumas cidades alemãs e austríacas. Alguns desses lugares foram praticamente arrasados nas duas grandes guerras do século passado. Mas, conseguiram se recuperar, reconstruíram suas cidades, que são quase todas ligadas entre si por trens de alta velocidade. Hoje, já nem me surpreendo mais quando entro num museu europeu e vejo várias crianças, com idade entre 5 e 8 anos, sentadas no chão em frente a um quadro ou escultura, ouvindo atentamente a explanação da professora sobre aquela obra de arte.
Também não me surpreendo quando vejo, em plena rua de Paris, hoje, 10 de maio de 2018, uma jovem sacando calmamente dinheiro num caixa eletrônico aberto na calçada.
Tampouco quando diviso ao meu lado um casal de idosos, aparentando ter uns 80 anos, carregando no peito, presos por uma fina fita ao pescoço, uma possante e moderna máquina fotográfica ou uma filmadora. Calmos, distraídos, conversando alegremente, aproveitando merecidamente a almejada aposentadoria.
Enquanto isso, no meu Rio de Janeiro, nem celular mais se pode atender nas ruas...