sábado, junho 18, 2016

A QUEDA DA ARROGÃNCIA...

A QUEDA DA ARROGÂNCIA...


Calfilho




                     Não posso esconder a alegria que senti quando foi anunciada, nesta semana, a queda do "treinador" Dunga do comando da seleção brasileira de futebol.
                       Já de algum tempo deixei de me empolgar com nossa seleção. Mesmo antes do fatídico 7 X 1 que nos foi imposto de forma humilhante, em pleno estádio do Mineirão, em 2014. Esse, para mim, já era um resultado anunciado há muito tempo. Talvez desde 1994, quando fomos campeões do mundo jogando um futebol feio, retrancado, sem a beleza e o esplendor das seleções de 1958, 1962, 1970 e, até mesmo a de 1982, quando não ganhamos a competição mas exibimos um futebol de primeira linha. De 1994 em diante o futebol brasileiro decaiu, apequenou-se, tornou-se presa fácil de adversários até então facilmente batidos, apenas com a exceção da equipe de 2002, onde somente o talento individual de Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo nos conduziram a mais um título mundial.
            Desde que os empresários tomaram conta do nosso futebol, permitindo que jovens promessas fossem vendidas para o exterior quando ainda não haviam completado 20 anos de idade, o talento desapareceu de nossos campos e os jogadores foram sendo criados e desenvolvidos no exterior, em times europeus, deixando de lado toda a improvisação e a genialidade dos jogadores brasileiros de antigamente, tornando-se "marcadores" implacáveis, "destruidores" ferrenhos. Poucos se salvaram desse êxodo impossível de conter. Talvez apenas Romário, Ronaldo (que cedo foram para a Holanda), Ronaldinho Gaúcho (que foi para o Paris St. Germain) e alguns poucos outros mais. A seleção brasileira passou a ser formada por "estrangeiros", isto é, por jogadores nascidos no Brasil e formados no exterior.
          Dunga é um dos representantes desse êxodo. Jogador mediano, aqui atuou pelo Internacional, Vasco e Corinthians, sem muito brilho. Vendido para a Europa, jogou sem ser quase percebido em alguns clubes italianos e alemães. Convocado para a seleção brasileira de 1990, de triste lembrança, foi o responsável pela criação da chamada "era Dunga"", sinônimo de jogador sem brilho, acostumado a dar carrinhos, que gostava de jogar futebol "deitado" e não em pé. Convocado novamente para a seleção de 1994, conseguiu dar a volta por cima e foi campeão do mundo, ajudado por Romário, Bebeto, Jorginho, Leonardo e outros de maior expressão que ele.
        Como jogador, foi no máximo razoável, beirando à mediocridade. Sem nunca ter treinado ao menos uma equipe foi guindado a técnico da seleção de 2010, que foi desclassificada pela Holanda. Dunga, nessa seleção, ficou conhecido por seu mau humor, sua quase raiva, sua impaciência e falta de educação com jornalistas e torcedores. Nada acrescentou como técnico, como não tinha acrescentado antes como jogador. Prepotência e arrogância foram suas marcas principais no comando da seleção.
                 Seu colega, Scollari, também da mesma escola gaúcha, na Copa do Mundo de 2014, fez-nos passar o maior vexame que uma seleção brasileira de futebol proporcionou em todos os tempos: as derrotas por 7 a 1 para a Alemanha e por 3 a zero para a Holanda, uma após a outra. Mas, não perdeu a pose, a arrogância, a postura de quem se achava o dono da verdade.
                E, surpresa: Dunga é novamente chamado para dirigir a seleção brasileira, depois de ter fracassado como técnico do Internacional gaúcho. Já mais velho, certamente controlado por seus assessores e chefes, iniciou um trabalho que todo mundo sabia no que ia dar: em nada. Mas, não perdeu a arrogância, a prepotência, a expressão raivosa e carrancuda de dono da verdade.
             É certo que o futebol brasileiro não é mais o mesmo: alegre, descontraído, moleque, gostoso de ser visto. Hoje, com praticamente todos os jogadores atuando em clubes europeus desde o início de suas carreiras, perdeu a magia, o encanto. Ficou apenas o futebol quadrado, sem graça, sem imaginação, desprovido de talento e de improvisação.
           Mas, acho que qualquer outro técnico, que ao menos conheça e ame o verdadeiro futebol do Brasil pode fazer melhor...
                 Dunga é mais um arrogante que deixa cair sua máscara.                    Assim como a presidente da República recém afastada...

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