quarta-feira, abril 20, 2011

Reencarnação

Reencarnação...

Calfilho

Muita gente acha que isso não existe, que é fantasia, que o corpo é só matéria e depois tudo se vai...
Comecei a indagar–me se isso era verdade...
E, agora, quando reli a crônica que o Benites escreveu sobre o Manequinho, as dúvidas voltaram...
Praticamente, mais de meio século depois dos fatos terem ocorrido, ele escreve uma breve estória que não viveu... Ele, que estudou no Liceu vinte anos depois de nós... Mas, sua versão me parece tão atual, que parece que estou revendo aquelas mesmas salas, aquele pátio, aqueles mesmos sorrisos na hora do recreio, os discos de 78 tocando na vitrola improvisada...
Ele, por telefone, disse-me que modificaram muito aquele cenário antigo. Agora, tem até um tal de CELEMO, que não sei o que é, construído na nossa pista de atletismo... Pena de “seu” Azer, que não poderia mais treinar a bateria na pista para os desfiles do azul e branco na Amaral Peixoto.
Enfim, ele não conheceu Manequinho pessoalmente... Mas, pelos relatos que lhe foram passados, sabe talvez mais dele do que eu... Ele, Luiz Carlos Maciel Vieira, Deus apontou com o dedo e disse assim “Vai lá e arrebenta... Mas, volta logo, que você faz falta aqui em cima”. (A frase, de rara felicidade, é da nossa contemporânea Yara, que hoje reside em Curitiba. Eu, apenas, dei um pequeno retoque, acrescentando o último parágrafo).
E, talvez, ele tenha voltado mesmo, depois que descobri o Orkut, o Benites, até a Nelma, que não conheci pessoalmente naquele tempo, mas, que tive o prazer de rever depois de tanto tempo.
Voltado, numa versão mais atual do Liceu, lembranças que não se podem perder nunca...
Manequinho era meu amigo... Dei-lhe muitos esporros quando não me passava a bola no futebol de salão do Liceu... ele somente abaixava a cabeça e dizia, humildemente:
-- Não deu... Na próxima eu te passo...
Mas, curtimos, com bastante intensidade, com muita alegria e despreocupação com a vida, aquela fase liceísta...
Deixou-nos em abril de 1962, mas a crônica do Benites parece mostrar que ele permanece entre nós...
Será se ele voltou mesmo?

Um comentário:

Unknown disse...

Amigo, vc sempre com o dom maravilhoso de nos emocionar.
Sabe,pode ser que não exista reeencarnação...mas quando vc escreve sobre o nosso Maneco , ele me aparece , e sempre sorrindo, agachado sobre as pernas, como se estivesse na foto de um time de futebol.
Amei esta crônica, como todas as outras , que vc escreve e descreve tão bem o nosso Liceu.
Uma coisa tenho certeza: ele está entre nós para sempre !
Beijo grande
Yara Nogueira