BRASIL 2020...
Calfilho
Calfilho
Seu ato mais grotesco depois de empossado foi a descida de um helicóptero da polícia em plena ponte Rio-Niterói, pulando como um orangotango, braços no ar, punhos cerrados, comemorando a morte de um elemento que tentara pouco antes sequestrar um ônibus que vinha na direção do Rio de Janeiro. Um atirador de elite da Polícia Militar conseguira abater o sequestrador, que, mais tarde, descobriu-se sofrer das faculdades mentais. Mas, segundo o governador a polícia agiu exemplarmente, a operação foi um sucesso, sua política de "tiro na cabecinha" estava dando resultado...
Os meses seguintes demonstraram que essa política nunca poderia obter êxito... Crianças foram mortas dentro e fora de escolas, vítimas de tiros disparados em confrontos entre polícia e bandidos... Comunidades foram invadidas, pessoas inocentes foram assassinadas e a desculpa do porta-voz da polícia era sempre a mesma: "troca de tiros", "não podemos afirmar se os "disparos fatais" saíram das armas dos policiais", vamos instaurar "rigorosos" inquéritos, "os policiais já estão afastados de suas funções"... E as vítimas, na sua grande maioria, pobres e pretas, continuaram a ser enterradas...
Depois, veio a pandemia... e a corrupção, até então esquecida em seu governo, foi escancarada com a compra de medicamentos e material para confecção de hospitais de campanha para o combate à COVID-19. Caíram o secretário de saúde e seus auxiliares diretos. Ficaram presos por algum tempo, depois vieram as delações premiadas, o governador acabou afastado de suas funções, expulso das mordomias do palácio do Estado...
Já tínhamos visto esse filme anteriormente, com o escândalo da corrupção nos governos de Sérgio Cabral e Pezão, além do que se descobriu nas administrações do Garotinho, da mulher Rosinha e do antigo governante Moreira Franco, genro de Amaral Peixoto, que, por sua vez, era genro de Getúlio Vargas...
Talvez seja por isso que grupos familiares se perpetuam no poder político do país e nós continuamos andando de lado...
Aí surgem alguns "Messias" ou "Mitos", como Jânio Quadros, Fernando Collor, Bolsonaro, Dilma, Witzel, com a promessa de moralizar o país, acabar com a corrupção e, infelizmente, dá no que tem dado...
E, continuamos andando de lado...
11 comentários:
Eu não me espanto com este fato e tenho certeza que você também. Mas este marginal tem que perder o cargo, o crime é grave demais! Parabéns pela denúncia muito bem colocada, Carlos Augusto! Grande abraço.
Valeu, Jorginho. Bom Natal pra você e os seus... ainda temos que marcar aquele vinho...
De que vinho estão falando? A degustação é privé? Rsrsrs
Quanto à política, dá-me engulhos.
Sabe que endosso sua opinião.
Não, Carrano, a degustação não é privé. Jorge Cortás Sader Filho é um dileto amigo desde o primeiro ano ginasial do Liceu. Cursamos a Faculdade de Direito de Niterói de 1961 a 1965, quando nos formamos. Os caminhos da vida nos levaram por estradas diferentes, mas, felizmente, as modernidades do Facebook nos reencontraram. Escritor de mão cheia, tem livros publicados no Brasil e no estrangeiro. Não nos vemos pessoalmente desde os tempos da faculdade. Estamos para marcar um encontro, ele prefere um doze anos, eu já não posso mais, por isso sugeri o vinho. Um Pinot Noir, um Valpolicella, talvez um Chateau-Neuf, ou um Syrah... Mas, esse reencontro está demorando a sair... Não quero deixar para uma próxima geração...
Parabéns, meu amigo!
Um Raio X triste da nossa realidade.
Espero que chegue logo a vacina para poder nos reunirmos com a nossa turminha boa do Liceu!
Um Feliz Natal com saúde pra você e família!
Bjkas
Não vou me convidar para o primeiro reencontro de vocês depois de tantos anos, mas a partir daí quem sabe compartilho o vinho com você.
Abandonei o destilado há muitos anos.
Também não bebo destilado há muito tempo...
Parabéns pelo texto, Carlinhos; revela uma vez mais seu olhar arguto para os tristes acontecimentos de nossa política. Quanto ao Witzel, cabe deixar bem clara a distinção entre ex-juiz e juiz aposentado. Juiz aposentado continua a ser juiz de direito. Passando para outro assunto sério, já faz tempo que não bebo uísque - o estômago reclama - mas prometo não rejeitar um single malt e estou pronto para degustar um bom vinho e sorver uma geladinha, clara ou escura. Saibam os amigos da alegria de participar deste papo e recebam os três um especial abraço de natal, extensivo às famílias.
Eduardo, muito contente em ler seu comentário. Nossa amizade, que vem dos bancos escolares e das quadras do Liceu, mostra que a longa passagem do tempo não afasta os verdadeiros amigos. Precisamos marcar, realmente, um encontro pessoal, eu, você, Jorginho e Carrano, para relembrarmos a boa fase de nossas vidas. Estou à disposição, é só me dizerem dia, hora e local (e uma ambulância de plantão). A bebida, cada um escolhe a que gosta e a que ainda pode beber. Um Feliz Natal e um muito melhor 2021 para todos nós...
Feliz Ano Novo com volta ao velho normal.
Saúde!
Cheers!
Santé!
Prost!
Vamos torcer. E muito...
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